Dois irmãos vinham pela estrada quase deserta em direção ao planalto.
02 — Ei, Mano… Olha só quem tá ali, sentado à beira do caminho…
01 — O Erasmo Carlos?
02 — Não, bobo! É a Esfinge!
01 — Ela finge que é o Erasmo Carlos?
02 — A Esfinge é aquele ser da Grécia antiga, com corpo de leoa, asas de águia e cabeça de mulher. Aquele mito!
01 — Papai?
02 — Você me testa a paciência pior que o Mandetta… vamos falar com ela.
01 — Se tu insiste… Pra mim, diálogo nunca leva a nada…
02 — Oi, dona Esfinge! E aí, tudo bem?
Esfinge — Decifra-me ou te devoro.
02 — Kkkk! Boazinha… Todo mundo já conhece o seu enigma.
01 — Eu não conheço… Quem é esse “seu” Enigma?
02 — Fica quieto! Você me racha a cara de vergonha… A Esfinge perguntava quem é que de manhã tinha quatro pernas, de tarde tinha duas e de tardezinha três. Era esse o enigma da Esfinge, a pergunta que ela fazia para quem passasse por ela na estrada. Quem não soubesse a resposta, ela comia.
01 — Sei não… o que vier eu traço! Kkk! Mas essa aí tá meio velhinha pra mim… é galinha que não amolece na primeira fervura… Que idade ela tem?